A pedido de Bolsonaro, Tenente Portela deixa prefeitura e afasta aliança do PL com Adriane

Após dias de turbulência, o partido do ex-presidente Jair Bolsonaro encaminha candidatura própria em Campo Grande. O presidente do PL na Capital, Aparecido Andrade Portela, o Tenente Portela, pediu para deixar a gestão da prefeita Adriane Lopes (PP) e praticamente fechou as portas para um possível apoio à reeleição da pepista no primeiro turno. 

Portela e o ex-deputado estadual Rafael Tavares estiveram reunidos com Bolsonaro nesta semana e definiram a pré-candidatura do Partido Liberal na disputa pelo Paço Municipal. Com isso, o presidente do PL deixa a Defesa Civil da Prefeitura de Campo Grande para se dedicar à formação da chapa de vereadores e estruturar a campanha do partido.

A informação foi confirmada por Tavares, que afirma ter o aval de Bolsonaro para ser o pré-candidato do partido em Campo Grande. “Ele deu aval a essa pré-candidatura nossa e agora nos próximos dias a gente deve fazer algumas reuniões para alinhar algumas coisas, mas está tudo muito bem encaminhado aí”, explicou.

Na última terça-feira (12), Bolsonaro abonou a filiação de Rafael Tavares ao PL. 

“A reunião foi muito boa. O presidente Bolsonaro está muito otimista com as eleições municipais em todo o Brasil, sabe da força da direita, sabe da força que ele tem no nosso país e nós externamos essa situação aqui em Campo Grande, de que a direita é muito forte e que tem condições de lançar uma candidatura própria pelo Partido Liberal”, explicou o ex-deputado.

Este cenário representa um novo recuo de Jair Bolsonaro em Campo Grande. No fim de fevereiro, o ex-presidente anunciou que estava em tratativas com a senadora Tereza Cristina (PP) por apoio a favor da reeleição da prefeita Adriane Lopes (PP). O anúncio gerou a fúria entre eleitores bolsonaristas e fez a direita bater cabeça na Capital.

Diante da repercussão negativa, o presidente regional do PL, deputado federal Marcos Pollon, fez um pronunciamento em que destacou ter se reunido com Bolsonaro e defendeu candidatura própria do partido em torno dos correligionários Coronel David, João Henrique Catan e Rafael Tavares.Em cinco meses, Jair Bolsonaro disse que o PL teria candidato próprio em Campo Grande, sinalizou apoio a Contar, anunciou João Henrique, esteve próximo de Adriane Lopes, e agora parece ter retornado à ideia original, com a nova escolha em torno de Tavares.